top of page

Os 3 indicadores financeiros que separam empresários geniais do restante

  • controllersreginal
  • 29 de ago.
  • 6 min de leitura

Os indicadores financeiros são como aqueles exames de sangue que ninguém quer fazer: meio desconfortáveis, aparentemente desnecessários quando tudo vai bem, mas capazes de detectar problemas graves antes que eles virem uma tragédia anunciada.

 

A diferença é que, ao contrário do colesterol alto, uma empresa com indicadores ruins não pode simplesmente tomar uma estatina e esperar o melhor.

 

Se você é daqueles empresários que administra o negócio "no feeling", parabéns: está praticando uma modalidade arcaica de gestão que combina a precisão científica da cartomancia com a previsibilidade meteorológica do Nordeste brasileiro.

 

Funciona até funcionar não mais, como diria minha avó sobre casamentos arranjados e investimentos em bitcoin.

 

A questão é que, num país onde 60% das empresas fecham as portas nos primeiros cinco anos, talvez seja hora de considerar que o problema não está apenas na "falta de dinheiro no mercado" ou naquele primo que nunca pagou a conta.

 

Talvez, só talvez, o problema esteja na completa ausência de intimidade com os números que realmente importam.


A síndrome do "está dando lucro, não mexe"


Existe uma curiosa mitologia empresarial brasileira que pode ser resumida numa frase: "se está entrando mais do que está saindo, está tudo bem".

 

É uma lógica tão robusta quanto usar guarda-chuva durante tsunami, mas que permeia o inconsciente coletivo empreendedor com a persistência de uma música do Gusttavo Lima.

 

O problema dessa filosofia de botequim elevada a método de gestão é que ela ignora nuances sutis como: será que o que está entrando continuará entrando? O que está saindo poderia estar saindo menos?

 

E, pergunta fundamental que assombra madrugadas de empresário insone: por que diabos o faturamento subiu 30% mas sobrou menos dinheiro na conta?

 

Aqui entram os indicadores financeiros, esses números aparentemente chatos que funcionam como GPS para quem não quer se perder no deserto das boas intenções comerciais.

 

Porque, convenhamos, dirigir olhando apenas pelo retrovisor é receita garantida para acidentes espetaculares.


Indicador 1: margem de lucro líquido (o rei dos indicadores)


A margem de lucro líquido é o Warren Buffett dos indicadores financeiros: todo mundo fala dele, mas poucos realmente entendem sua profundidade filosófica.

 

Ela responde à pergunta existencial de qualquer negócio: "afinal, quanto fica realmente para mim depois que todo mundo cobrou sua parte?"

 

Calcular é simples: pegue o lucro líquido, divida pela receita total e multiplique por 100. Se o resultado for algo entre 10% e 20%, você está na faixa dos bem-aventurados.

 

Se for menos de 5%, talvez seja hora de considerar que sua empresa é uma espécie de ONG involuntária, redistribuindo renda sem fins lucrativos definidos.

 

A beleza deste indicador reside na sua crueldade honesta. Ele não se importa com suas desculpas criativas ou com a complexidade do mercado brasileiro. Simplesmente aponta o dedo e pergunta: "no final das contas, valeu a pena?"


Indicador 2: giro do estoque (a dança dos produtos parados)


O giro do estoque é aquele amigo sincero que te pergunta por que você ainda guarda aquela roupa que não usa há três anos.

 

Só que, em vez de roupas, estamos falando de produtos encalhados comendo dinheiro que poderia estar circulando.

 

A fórmula é democrática: custo dos produtos vendidos dividido pelo estoque médio. Se o resultado for alto, seus produtos saem rápido.

 

Se for baixo, você pode ter inventado inadvertidamente um museu comercial, onde itens ficam expostos por tempo indeterminado para apreciação contemplativa dos clientes.

 

Um giro baixo significa dinheiro parado, espaço desperdiçado e, pior ainda, produtos perdendo validade, relevância ou simplesmente saindo de moda.

 

É como ter uma biblioteca onde ninguém pega livros emprestados: bonita de ver, mas questionável como negócio.


Indicador 3: prazo médio de recebimento (a arte de esperar pagamento)


Este indicador mede quanto tempo sua empresa demora para receber o que lhe devem. É uma métrica particularmente relevante no Brasil, país onde "pagar na sexta" pode significar qualquer sexta-feira dos próximos seis meses.

 

O cálculo envolve dividir as contas a receber pela receita média diária. Se o resultado for 30 dias, você é praticamente um mago das cobranças.

 

Se passar de 60 dias, talvez seja hora de admitir que está financiando involuntariamente o fluxo de caixa dos seus clientes.

 

A matemática é implacável: quanto mais tempo você espera para receber, mais caro fica manter seu negócio funcionando.


Liquidez corrente: o colchão para dormir tranquilo


A liquidez corrente é seu colchão financeiro, aquele que permite dormir sem sonhar com boletos em atraso. Calcula-se dividindo o ativo circulante pelo passivo circulante.

 

Se o resultado for maior que 1, você tem mais recursos disponíveis do que dívidas imediatas.

 

Se for menor, bem... é como tentar pagar uma conta de R$ 100 com R$ 50 no bolso: matematicamente desafiador.

 

Este indicador revela se sua empresa conseguiria sobreviver a uma turbulência inesperada, como uma pandemia global, uma recessão econômica ou simplesmente aquele cliente grande que resolve atrasar o pagamento por três meses sem aviso prévio.

 

Uma liquidez corrente entre 1,5 e 2,0 é considerada saudável. Menos que isso, e você está navegando em águas perigosas.

 

Mais que isso, e talvez esteja sendo excessivamente conservador, deixando dinheiro parado quando poderia estar investindo no crescimento.


Return on investment: o indicador que não mente


O ROI é o detector de mentiras dos indicadores financeiros. Ele te pergunta, sem rodeios: "o dinheiro que você investiu neste negócio rendeu mais do que renderia na poupança?"

 

É uma pergunta constrangedora, especialmente quando a resposta é não.

 

A fórmula é simples: (ganho - investimento) dividido pelo investimento, multiplicado por 100. Se o resultado for positivo, você está ganhando dinheiro. Se for negativo, está pagando pelo privilégio de ter uma empresa.

 

O ROI não aceita desculpas do tipo "mas foi um ano atípico" ou "o mercado estava difícil". Ele simplesmente compara o que você ganhou com o que poderia ter ganho fazendo outra coisa qualquer com o mesmo dinheiro.


Endividamento geral: quando as dívidas viram personagens principais


O índice de endividamento geral é como aquele amigo que te lembra quantas cervejas você já tomou: necessário, mas nem sempre bem-vindo.

 

Calcula-se dividindo o passivo total pelo ativo total. Se der mais de 0,7, sua empresa deve mais do que possui, o que é filosoficamente interessante, mas financeiramente problemático.

 

Este indicador revela se você está construindo um império ou uma casa de cartas. Dívidas são ferramentas úteis para crescimento, mas como facas de cozinha: úteis nas mãos certas, perigosas quando usadas sem critério.


Ciclo financeiro: a dança temporal do dinheiro


O ciclo financeiro mede quanto tempo seu dinheiro fica "preso" no processo produtivo. É como calcular quanto tempo uma nota de R$ 50 demora para sair do seu bolso, virar produto, virar venda e voltar como dinheiro no caixa.

 

A conta envolve somar prazo médio de estoque, prazo médio de recebimento e subtrair prazo médio de pagamento a fornecedores. Quanto menor o resultado, mais rápido seu dinheiro volta para casa.

 

Um ciclo financeiro longo significa que você está financiando suas operações por mais tempo, o que custa caro. É como emprestar dinheiro para si mesmo e esquecer de cobrar juros.


A psicologia dos indicadores financeiros e a preguiça mental


Por que tantos empresários ignoram os indicadores financeiros? A resposta está na mesma psicologia que nos faz evitar a balança depois das festas de fim de ano.

 

É mais confortável viver na ilusão de que "deve estar tudo bem" do que enfrentar a realidade nua e crua dos números.

 

Existe também o fator "complexidade aparente". Muitos acham que indicadores financeiros são coisa de contador ou de MBA.

 

Os indicadores financeiros não são ferramentas de tortura contábil. São instrumentos de navegação em águas empresariais turbulentas.

 

Ignorá-los é como dirigir de olhos fechados: pode até dar certo por um tempo, mas as estatísticas não estão do seu lado.

 

No fundo, talvez a resistência aos números seja apenas nostalgia de uma época mais simples, quando negócios eram feitos no aperto de mão e a palavra valia mais que contratos.

 

Uma época bonita, romântica e financeiramente catastrófica para quem não soube se adaptar aos tempos modernos.

 

A questão não é se você precisa acompanhar esses indicadores. A questão é se você quer descobrir os problemas da sua empresa pelos números ou pela falência. A escolha, como sempre, é sua.

 

Pare de administrar sua empresa como se fosse um experimento social sobre os limites da sorte.

 

No Controllers Contabilidade Consultiva, transformamos indicadores financeiros de números chatos em insights que salvam negócios.

 

Não somos aqueles contadores que aparecem só para assustar com planilhas incompreensíveis. Somos os tradutores que transformam dados em decisões inteligentes.

 

Sua empresa merece mais que palpites bem-intencionados. Merece análises precisas que revelam onde está o dinheiro, para onde ele vai e, mais importante, como fazer ele render mais.

 

Agende uma consultoria e descubra como os números podem se tornar seus melhores aliados.

Comentários


Precisa de mais informações?

Estamos aqui para ajudá-lo. Entre em contato pelo WhatsApp!

R. Osvaldo Cruz, 492

Sl 808 . Torre D’Italia Centro . Ibiporã Paraná

CEP 86200.000

T +55 43 3158.6093 controllers.gestao@gmail.com

© 2022 Controllers - Contabilidade Consultiva

apresentacao_02.png
bottom of page